quarta-feira, 8 de novembro de 2017

RESENHA: Ninguém Nasce Herói (Eric Novello) | por Carol Sant

Boa tarde, tudo belezinha com vocês?
Hoje trago a resenha de um livro que recebi de cortesia da Editora Seguinte, do autor nacional Eric Novello,intitulado "Ninguém Nasce Herói".Alguém ai já ouviu falar?
O livro é uma distopia que se passa no Brasil, o que de cara já me chamou a atenção, colocando em questão em como anda a nossa política  nos dias atuais, mas vamos lá conhecer um pouquinho mais qual é a história que o livro nos conta!

                                                                                                             Foto por: Blog Vida e Letras

Aqui vamos conhecer o Chuvisco que é o nosso protagonista principal e quem narra a história para o leitor. Ele junto com seus amigos lutam contra o novo governo e principalmente contra "O Escolhido" que é um fanático religioso que conseguiu dominar o congresso através de manobras políticas, o que acabou gerando uma série de grupos de ódio que perseguem negros, homossexuais, transexuais, praticantes de outras religiões, entre outros. Agora, o governo anunciou um "Pacto de Convivência", que dá fim a perseguição (ou finge dar fim) contra as minorias e as oposições, porém, poucos são aqueles que acreditam nesse tal pacto!
Chuvisco é uma das pessoas que não conseguem acreditar nas "boas intenções do Escolhido", quando percebe que continuam a reprimir as minorias ao ponto de presenciar o espancamento gratuito de um jovem trans. Ele então decide ajuda-lo, e logo depois cada um segue seu caminho, porém, Chuvisco não consegue tirar o garota da cabeça e é quando ele começa uma busca a procura do garoto, chamado Júnior.
Sem contar que Chuvisco tem que lidar com suas catarses criativas: que são momentos em que o garoto sai da realidade e deixa sua imaginação tomar conta e o controlar, o que pode coloca-lo em situações extremamente perigosas. Com a ajuda de um psicanalista, ele aprendeu a controlar suas catarses quando ainda era jovem, mas agora, alguns anos depois, a situação em que o país se encontra desencadeia no garoto um série de novas crises que ele não consegue controlar.

                                                                                                                                                                                Foto por: Estante Diagonal

A narrativa é totalmente fluída, o que faz com que você leia o livro bem rápido. Alguns capítulos instigam o leitor a curiosidade de saber o que vai acontecer no próximo, o que é um dos pontos mais positivos do livro. Eu gostei bastante da história, apesar de achar que o autor enrolou um pouco para realmente dar início de fato a história em si. Acabei me apegando muito ao Chuvisco, que é o típico personagem que te faz querer ser amiga dele, sabe?!
Porém, preciso dizer que acabei me decepcionando com o final da história, achei o fim muito raso para uma história tão intensa, com momentos políticos, que levanta a bandeira LGBT e nos faz pensar em como a religião está inserida na nossa sociedade e em como isso pode ser bom, mas também pode ser um tanto ruim, que é quando deixa de ser religião e passa a ser um fanatismo religioso.
Posso dizer que estava esperando mais em relação a finalização da trama, ainda mais por saber que o autor tinha a capacidade, porém, preferiu finalizar o livro do jeito que encerrou. Sem dizer que estava torcendo para esse ser o primeiro livro de uma trilogia, mas apesar de tudo é um livro super legal, com uma pegada jovem e que faz o tempo gasto lendo valer a pena!
No geral, é um bom livro e eu gostei bastante de fazer a leitura. Recebeu a classificação de 3 estrelas no Skoob, leitura recomendada.
Beijos da Cah
Classificação: 


Meus quotes preferidos do livro:
  • "O problema é que o "basta" abre as portas para o desconhecido. E, hoje, o desconhecido causa medo. Infelizmente, essa é a nossa cidade. Desperta para a rotina louca do trabalho, narcoléptica para todo o resto."
  • "Numa época em que preconceitos antes velados são gritados com orgulho, não me espanta que tenha sido ele o eleito."
  • "Com maior ou menos dose de inocência, otimismo ou pessimismo, no fim estamos todos procurando uma maneira de seguir adiante."
  • "Você já sentiu uma pressão no peito devastadora e sem nome? Sentiu que um peso invisível poderia esmagá-lo de repente? Seria tão simples desistir, penso, sentindo  as costas afundarem no chão de cimento. Simplesmente deixar que eles vençam. Mas não hoje. Não aqui, com meus amigos em perigo."
  • "Talvez pelo modo como as pessoas me tratavam por causa das catarses criativas, entendi desde pequeno que uma pessoa não precisa ser igual à gente para merecer respeito. Somos todos diferentes, de um jeito ou de outro. E está bom para mim assim."
  • "Achei importante mostrar que ninguém está livre de umas recaídas. Tem dias que são mais complicados d que outros..."
  • "Foi com ela que aprendi o quanto despedidas são ruins e que a dor pela partida de alguém é uma saudade acumulada que bate toda de uma só vez pelos anos que nunca virão."
  • "— Eu também faço isso. Costumo culpar única e exclusivamente a religião — ele prossegue. — Mas se for parar pra pensar, é exatamente isso que a religião tem feito desde que o mundo é mundo. Se alguém consegue comprar uma casa, um carro de segunda mão, subir de posição na empresa, Deus, nunca a pessoa, é o responsável. Se comete um crime, rouba, mente, faz fofoca, o culpado é o diabo. A igreja, Chuvisco, tirou a responsabilidade das mãos das pessoas. — Ele dá uma garfada em uma tira de peixe e balança o talher como uma varinha de condão. — Quem não entende que é responsável pelos próprios atos, pelos bons e pelos ruins, é capaz de tudo."
  • "Meu pai dizia que a melhor maneira de resolver nossa questão com a morte é resolver nossa questão com a vida."
  • "Algo me diz que vou precisar de fato de um período de descanso. Um tempo para sublimar a dor que finjo não me mastigar por dentro com dentes afiados. Um tempo para aprender a lidar com essa ausência-presente dos amigos que não estão mais aqui."
  • "Ninguém quer sentir medo ao andar na rua. Ninguém quer ser escorraçado, agredido. Ninguém quer sair de casa sem a certeza de que vai voltar só porque pensa ou age diferente. Mas, se gigantes de aço descem dos céus dispostos a te esmagar, a única maneira de sobreviver é reagir, empurrá-los de volta."

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9 comentários:

  1. Parece uma ótima leitura, fiquei com vontade de conhecer.

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  2. De acordo com a resenha que pena que o final decepcionou mas fiquei curiosa

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  3. Gente, distopia brasileira já fiquei curiosa, não conheço o livro e mesmo tendo uma finalização a desejar quero ler rs

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  4. Que pena que o final decepcionou, mas parece ser um livro interessante.
    Adoro seus textos.

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  5. amei a dica de livro, mas que pena que o final nao foi lá essas coisas ne

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  6. Oi Carol, tudo bem? Preciso dizer que achei a pegada dessa história muito parecia com a obra "Bruxos e bruxas", esse negócio de O escolhido. Não sei se esse seria um livro que gostaria, só lendo para saber mesmo né hahah Adorei a resenha!

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  7. OI, Carol! Tudo bem?
    Caramba, cheguei até essa postagem e me deparo com o destaque
    da minha foto do livro para sua resenha, que honra! Obrigado pela “homenagem” .

    Eu me decepcionei um tantinho com a história. Acho que tinha tudo para ser melhor,
    dado a proposta do livro e achei tudo muito raso na história. Algumas cenas
    não ficaram claras para mim, achei bem fraquinhas e outras bem desnecessárias,
    do tipo que me pareceu enrolação mesmo, como você também reparou.

    Para mim não valeu tanto.

    Bjão,
    Diego, Blog Vida & Letras
    www.blogvidaeletras.blogspot.com

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